sábado, 31 de março de 2007

Recuperação da Vila Avieira de Benfica do Ribatejo


Primeiros passos foram dados para a Recuperação da Vila Avieira de Benfica do Ribatejo na Zona das Oliveirinhas, Faias e Cucos.






Por iniciativa do Departamento do Estudo Sócio Cultural (Secção Cultural)do Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo, foi proposta uma parceria com a Câmara Municipal de Almeirim e Junta de Freguesia de Benfica do Ribatejo antigos proprietários e descendentes, para que com a ajuda destas entidades e o voluntariado das Associações RFBR e Escuteiros , se desse inicio á recuperação do valioso património ainda existente nas margens do Rio Tejo em toda a amplitude das terras que fazem frente ao tejo com a Vila de Benfica do Ribatejo.






Esta proposta pretende recuperar e preservar um valioso património cultural da Vila de Benfica do Ribatejo,que tem uma grande descendência de familias Avieiras,que se deslocaram da Vieira de Leiria e se estabeleceram nas margens do Tejo procurando o seu sustento no Rio, quando o mar deixou de ser a unica opcção para estas gentes do mar.




Com esta iniciativa pretende-se alertar as entidades oficiais, para a importância de iniciar este projecto, criando condições para vir a nascer um importante ponto Turistico e de desenvolvimento para o Concelho e em especial para a Vila de Benfica do Ribatejo, aproveitando as condições naturais oferecidas pela sua localização.

Esta proposta nasce pelo facto do RFBR ser neste momento parceiro na tarefa de propor A Cultura Avieira a Património Nacional,projecto a ser desenvolvido pela Associação A.I.D.I.A (Associação Independente para o Desenvolvimento Integrado de Alpiarça),sendo que alguns estudos e recolhas orais e fotográficas obtidas pelo Secção Cultural do Rancho F de Benfica do Ribatejo vão ser incluidas num livro, que está a ser cuidadosamente preparado,por dois Srs de grande dimensão cultural,Sr.João Monteiro Serrano e pelo Dr. Aurélio Lopes a editar pelas Edições COSMOS num estudo sobre a Cultura Avieira na nossa Região.



Visita in loco pelo Sr.João Monteiro Serrano Investigador e Responsável da Associação A.I.D.I.A






Visita ao Local e inicio da intervenção do Presidente da Junta de Freguesia de Benfica do Ribatejo, junto de proprietários para 1ªavaliação do trabalho a desenvolver.

Acta que prova o Inicio deste Projecto

Resumo da reunião entre o Sr. Amândio Freitas, Presidente da Junta de Freguesia de Benfica do Ribatejo; Ricardo Casebre, do rancho folclórico de Benfica do Ribatejo e João Serrano, da AIDIA

Local: Junta de Freguesia de Benfica do Ribatejo

20/03/2007

Conclusões:

1. Objectivo da reunião: dar a conhecer a ideia de projecto de candidatura da cultura Avieira a património nacional.

2. Foi feito o ponto de situação dos contactos até agora mantidos e dos convites feitos para arranque do projecto.

3. Foi apresentado o resumo da reunião de trabalho na Palhota: nomear uma comissão de trabalho, de carácter provisório, constituída para dinamizar o arranque do projecto, até à criação da comissão dinamizadora definitiva.

4. Foi abordada a possibilidade da ligação do projecto às Escolas.

5. Avaliada a possibilidade de participação da Junta de Freguesia de Benfica do Ribatejo e da Câmara Municipal de Almeirim nos trabalhos de candidatura.

6. Foi vista a necessidade de se elaborar um memorando com as ideias para a recuperação e valorização do património cultural dos Avieiros de Benfica do Ribatejo, nomeadamente:

i. Recuperação da ponte e do caminho municipal que dão acesso à aldeia Avieira de Benfica do Ribatejo.

ii. Recuperação das casas Avieiras que ainda existem e de reconstrução das que foram destruídas.

iii. Estudo da cultura Avieira local.

iv. Elaboração de um Plano de Pormenor para a recuperação da aldeia e do meio envolvente.
.
v. Inclusão do projecto na dinâmica de desenvolvimento local.

7. Sugeriu-se a possibilidade da integração das ideias num plano de pormenor, para efeitos de candidatura e de participação no projecto global.

8. Sugerido o contacto com a Câmara Municipal de Almeirim para apresentar a ideia de projecto.

9. Foi vista a possibilidade de uma exposição temática de fotografia, a partir do portfólio já existente sobre os Avieiros de Benfica do Ribatejo, assim como um trabalho de pesquisa sobre o mesmo tema, para ser publicado em forma de livro.

10. O representante da AIDIA responsabilizou-se pela elaboração da acta e pelo seu envio pela Internet para os participantes.

11. Será também encaminhada a acta com as conclusões da reunião na aldeia da Palhota



Benfica do Ribatejo e Alpiarça, 20 de Março de 2007

juntabenfica@clix.pt
joaoserrano@mail.pt
ricardocasebre@hotmail.com

PROJECTO: DESENVOLVIMENTO DA CULTURA AVIEIRA

Reunião na aldeia Avieira da Palhota

16 Presenças de acordo com a lista anexa

10/03/2007, às 14,30 horas

Conclusões específicas:

1. Foi feita a apresentação da ideia de projecto de desenvolvimento da cultura Avieira, de acordo com o documento anexo

2. Sugeriu-se a necessidade de definir o que é passível de ser considerado importante para o projecto de desenvolvimento em termos de oferta cultural

3. Humberto Vasconcelos, da Assoc. Palhota Viva (APV): aproveitar a geminação do Escaroupim com Vieira de Leiria para propor uma confraria Avieira; tentar o acesso ao Dr. Luís Marques, administrador dos arquivos da RTP para ter acesso aos documentos sobre os Avieiros. Esta questão remete para a proposta de se convidar a RTP para ser um dos parceiros do projecto

4. Leonel Lúcio, da APV: no estudo dos núcleos Avieiros, deve ter-se em conta que eles existem também em Alcácer do Sal e na foz do Sado

5. Leonel Garcia, da Cooperativa Alves Redol: concorda com a proposta apresentada, de desenvolvimento da cultura Avieira. Sugere que o estudo da cultura Avieira, possivelmente a ser feito pelo Instituto Politécnico de Santarém tenha uma perspectiva de integração das várias componentes daquela cultura. Sugere que cada interveniente, na fase imediatamente após esta reunião, encontre a forma de cooperar para a realização do projecto de candidatura. Empenhar-se-à para que a proposta se concretize. Por fim fez uma apresentação dos valores culturais de Vila Franca de Xira, nomeadamente sobre os Avieiros, Varinos e os Campinos e propôs que, no estudo, se possa vir a traduzir a riqueza das relações sociais entre eles

6. Paulo Vicente, da Junta de Freguesia de Vieira de Leiria: na Vieira não existe, da parte dos locais, a memória tão viva das raízes, como entre os Avieiros do Tejo, nas aldeias Avieiras. O projecto tem razão de ser, como continuidade do trabalho que se tem desenvolvido, em alguns lugares como Salvaterra de Magos, e ao longo dos tempos. O projecto tem condições para afirmar a identidade cultural dos Avieiros, no contexto nacional e europeu. As escolas de alguns pontos do País têm mostrado interesse em divulgar a cultura Avieira junto dos alunos.
Em termos organizativos: a Vieira está distante do Tejo; há necessidade de centrar a dinâmica do projecto na região que o rio atravessa; por isso, defende que a organização se centre nas instituições dessa região; no entanto, a Vieira está disponível para fazer parte dessa organização.
Para dar consistência ao projecto, deve propor-se às instituições que se associem e que o dinamizem. As Câmaras Municipais têm que encontrar as formas de promover a cultura Avieira, transformando-a num projecto de desenvolvimento regional. Algumas delas estão despertas para esta problemática e podem agora aproveitar esta iniciativa, incorporando-a nos seus projectos locais e integrando-os

7. João Oliveira, da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos: considerou importante, para o objectivo deste projecto, a geminação de Salvaterra com Vieira, quer por causa das iniciativas comuns, quer por causa da partilha de recursos, dando como exemplo a cedência de materiais por parte de Vieira, que vieram valorizar agora a iniciativa do “mês da enguia” em Salvaterra.
Deve agora passar-se de contactos bi ou trilaterais para uma acção numa escala alargada, com maior partilha de recursos e respectivo aproveitamento sinergético integrado.
Deve por isso trabalhar-se num projecto de candidatura, de uma forma organizada, centrada na região Avieira do Tejo, dada a maior identidade cultural Avieira aqui existente
Pode pensar-se num Encontro Nacional, como ponto de chegada do trabalho já feito e a partilhar com os participantes, e também como ponto de partida para um projecto integrado
Particularmente importante parece ser a questão da Rota Avieira, devendo dar-se-lhe sentido com as autarquias, desde que estejam interessadas no processo – podendo ser considerado como um projecto de identidade cultural do Ribatejo (entendendo-se que este não é só gastronomia, lezíria, campinos e touros), sendo a ligação ao rio um factor cada vez mais importante de identidade e de afirmação regional
Devem continuar-se os contactos para se chegar à primeira reunião formal, avaliando-se até lá qual deverá ser a participação de cada entidade para a concretização do projecto, não se esquecendo a componente fundamental de ligação às Escolas, por via do Ministério da Educação, da Direcção Regional da Educação, das Escolas e das Autarquias

8. Pedro Santos, da Associação Palhota Viva (APV): A cultura Avieira estende-se até ao Sado e o estudo proposto deve considerar essa geografia humana. Da parte da APV há documentação, estudos, fotos, filmes e materiais da pesca Avieira, que podem disponibilizar para o projecto, no sentido da sua integração com as ideias das outras instituições
Deve tentar encontrar-se uma entidade que coordene, integre e possa gerir o que já existe em cada uma das Associações que participem no projecto. O núcleo organizador que vier a constituir-se deve fazer o levantamento do que cada Associação pode vir a contribuir para o projecto

9. Francisco Marmelo, do Rancho Folcl. de Benfica do Ribatejo: em Benfica - nas zonas das Oliveirinhas, dos Cucos e das Faias - há muito interesse da parte dos Avieiros lá residentes em recuperar as suas antigas casas, mas integrando essa recuperação no projecto
Cada comunidade e cada autarquia pode ter interesse em recuperar o património, mas na perspectiva da sua inclusão no projecto, por forma a torná-lo integrado, incluindo-se no património os cantares e dançares do folclore dos Avieiros de Benfica do Ribatejo


10. Luís Gaspar, da Câmara Municipal do Cartaxo: Para se considerar o envolvimento dos Avieiros neste projecto, deve avaliar-se se as suas actividades económicas são viáveis, como a piscatória, e se outras actividades, como o turismo, podem trazer novas perspectivas de vida para alguns Avieiros. Devem recuperar-se as aldeias? Deve promover-se o ecoturismo? Deve considerar-se como viável a promoção da economia local das aldeias? Estas questões são colocadas para suscitar a atenção para o problema da sustentabilidade das ideias a incluir no projecto
Deve promover-se o contacto com ecoaldeias para se conhecer como se promoveram e são geridas, tendo em vista integrar o projecto da Palhota no conceito de sustentabilidade, nele podendo vir a incluir-se a educação para o meio ambiente e a educação para a ciência
Tem-se mantido contactos com a Universidade de Évora e com a Universidade Fernando Pessoa, no Porto, no sentido de promover a participação dos alunos dessas duas instituições, jovens em final de curso, por se considerar que podem contribuir de uma forma importante para o projecto da Palhota e, por que não?, para este projecto de desenvolvimento da cultura Avieira

11. Maria José Pagarete, vice-presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPS): salientou a importância da participação das autarquias para o sucesso do projecto, no sentido de integrar a ligação das localidades envolvidas a nível regional. Concorda por isso com um encontro regional de todos os interessados no projecto, revelando que o IPS pode vir a ser uma das instituições anfitriãs, de acolhimento do projecto, ou mesmo o seu polo aglutinador
A componente ambiental do projecto também faz parte das preocupações do IPS, interessando-lhe o seu tratamento, dada a sua importância quer para a instituição quer para a região
No Centro de Estudos do IPS pode aglutinar-se as componentes do trabalho que se possam considerar como integrando o âmbito da sua acção. O Centro tem meios em termos de investigadores, assim como de suportes físicos de design, impressão e edição, que podem ser rentabilizados a favor da concretização do projecto, de acordo com a formatação que este vier a ter. Podem ser contactados professores e alunos para colaborar no estudo global da cultura Avieira
A Sra. presidente do IPS já contactou com a CCDR sobre este projecto. Foi informada que está em aberto o estudo da forma como a CCDR poderá cooperar com as instituições

12. Luís Barbosa, professor na Universidade de Évora e director do Centro de Estudos da AIDIA: Verifica-se que há um conjunto de acções que são passíveis de ser realizadas. Os trabalhos prioritários podem ser, por esta ordem:

i. realização do estudo interdisciplinar sobre a cultura Avieira

ii. concretização do Encontro Nacional

iii. candidatura da cultura Avieira a património nacional

Deve ser criada uma estrutura de dinamização
A Universidade de Évora pode estar interessada em participar nos trabalhos de pesquisa e de desenvolvimento do projecto se assim se considerar como vantajoso para as instituições e as pessoas envolvidas
A candidatura deve ser preocupação prioritária e imediata

13. Aurélio Lopes, antropólogo, professor e membro do Centro de Estudos da AIDIA: colocou a questão de saber até que ponto é que a cultura Avieira é sustentada. As culturas são mutáveis, podem por isso desenvolver-se ou não. Mas é possível que, no processo de desenvolvimento, criem condições para a sua própria sustentabilidade. Quais são aqui os factores que a podem gerar?: o rio, a actividade da pesca e as aldeias
Com este projecto pode vir a conhecer-se melhor a cultura Avieira; podem criar-se condições para que a mudança possa corresponder a um não-esquecimento, promovendo a memória dos Avieiros.
Há produtos a considerar para a promoção da economia dos Avieiros, como a pesca e o turismo
Qual deve ser o pivô do projecto? O conjunto das Câmaras Municipais, mais um conjunto pequeno de pessoas e de instituições que promovam e dinamizem o projecto, devendo ter-se em conta a necessidade de se dispor de condições para a sustentabilidade do projecto, tanto do ponto de vista financeiro, como anímico e cultural
Daí ser necessário e urgente criar-se, com prioridade, uma estrutura organizativa, voltada para as questões práticas

14. Conclusões finais:

i. Foi feito o resumo deste primeiro encontro

ii. As suas conclusões serão passadas a escrito e enviadas para todos os participantes

iii. Devem também ser enviadas para aqueles que, tendo sido convidados, apresentaram na altura do convite as razões para a sua ausência e o seu interesse em ficarem ligados ao projecto

iv. Solicitou-se que a redacção fosse avaliada e que os erros ou omissões detectadas fossem transmitidas ao redactor para serem corrigidos e reenviados

v. Deve dar-se prioridade aos contactos com todas as instituições que constam do documento de proposta de desenvolvimento da cultura Avieira, entregue a todos os participantes, tendo em vista a marcação da 1ª reunião institucional

vi. Deve encontrar-se uma data, no mês de Abril de 2007, para se propor essa reunião

vii. As entidades que dinamizarão esta fase de contactos para concretizar essa reunião serão o IPS, a AIDIA, a APV, a Câmara de Salvaterra, a Coop. Alves Redol e a JF de Vieira de Leiria

Aldeia da Palhota e Alpiarça, 10 de Março de 2007

AIDIA – Associação Independente para o Desenvolvimento Integrado de Alpiarça






Post por Ricardo Casebre

sábado, 10 de março de 2007

Jornal o Ribatejo Destaca Vila de Benfica do Ribatejo

In "Jornal o Ribatejo"
Rota das Freguesias
Benfica do Ribatejo


Centro cultural é ambição da freguesia

Benfica do Ribatejo precisa de um "mini cento cultural" a funcionar na vila. Quem o defende é o presidente da Junta de Freguesia, Amândio Freitas, explicando que quer ver a ideia, que por enquanto ainda não saiu do papel, concretizada em projecto quanto antes. "Precisamos de um equipamento que reúna no mesmo espaço uma biblioteca, os postos de Internet, salas de estudo e que permita realizar actividades culturais", afirma o presidente, adiantando que o centro cultural poderá nascer ou nas antigas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) ou no mercado diário.

Quanto ao edifício abandonado do IVV, a Junta de Freguesia não admite vê-lo "ali podre e a cair", e prepara-se para iniciar os primeiros contactos com este organismo público para uma eventual cedência do espaço, com condições favoráveis para ambas as partes, visto que necessitará posteriormente de ser arranjado e remodelado. A falta de vendedores no mercado diário é uma das principais razões que leva a Junta de Freguesia a propô-lo para reconversão num edifício que sirva a cultura local; "de momento, só uma peixeira lá vende", informa Amândio Freitas.

Para o autarca local, a casa das colectividades que existe na vila não pode ser confundida com um espaço cultural. "Não têm a mesma vocação", diz Amândio Freitas, explicando que este equipamento – inaugurado há cerca de um ano e que acolhe a sede social de várias colectividades da freguesia – não serve para acolher os equipamentos que a Junta quer criar. "Aquela casa tem uma sala de espectáculos para bailes, um bar e gabinetes para as associações, mas não tem condições para receber uma biblioteca ou salas de estudo", afirma o presidente, particularmente crítico em relação ao investimento que ali foi feito.

A construção de uma casa mortuária é outro projecto que a Junta quer ver arrancar em 2007, na sede de freguesia. Actualmente, os familiares reúnem-se na igreja velha, que não oferece condições nem comodidade para velar os defuntos com dignidade. "Além disso, uma nova casa mortuária serviria para toda a população, independentemente das suas confissões religiosas", alerta Amândio Freitas, sublinhando que também se justificava a construção de uma casa mortuária nos Foros de Benfica.

Neste mandato, a Junta congratula-se por finalmente ter conseguido adquirir um autocarro "para colocar ao serviço das instituições da terra", e assinala que foi feito o alcatroamento de algumas estradas, nos Cortiçois e Foros de Benfica, e o embelezamento exterior da zona envolvente ao Pavilhão Desportivo e à Igreja. Na Azeitada, outro lugar que compõe a freguesia, a Junta está prestes a concluir uma estação de tratamento para dar andamento aos esgotos. "É um investimento que a aldeia esperava há nove anos e que só agora vai estar pronto", remata Amândio Freitas.

Complexo desportivo ao ar livre está em andamento


O grande centro desportivo ao ar livre que a Junta de Freguesia quer construir no Pinhal do Bacalhau está também em andamento. Apresentado o ano passado, o executivo já recebeu o esboço devidamente elaborado pelos serviços da Câmara Municipal de Almeirim. “Isto não se faz a carregar num botão”, diz Amândio Freitas, explicando que um projecto desta envergadura demora tempo a concretizar. No total, são 5,5 hectares destinados ao desporto e a actividades ao ar livre; comporta um campo de futebol de 11 com relvado sintético, um campo de futebol de 7 em piso pelado, uma pista de manutenção, courts de ténis, e uma zona para jogos tradicionais como o chinquilho ou a petanca, um desporto com grande popularidade no concelho. A construção será faseada e o investimento total ronda os 900 mil euros.


A Associação de Solidariedade Social de Benfica do Ribatejo


A maior “empresa” de Benfica


A Associação de Solidariedade Social de Benfica do Ribatejo (ASSBF) não é uma "empresa" no sentido mais comum do termo, mas é a instituição mais dinâmica da freguesia; presta os seus serviços na área social, concretamente no apoio à terceira idade e às crianças. A construção de um lar de idosos é a grande ambição desta instituição, que recentemente viu a sua candidatura ao programa PARES ser chumbada pelo ministério que tutela a Segurança Social. O projecto recebeu nota máxima, mas "foi preterido porque a área geográfica em que Benfica do Ribatejo se insere não foi considerada prioritária em relação a outras regiões mais carentes", explica a directora técnica da associação, Maria Clara Pó. O presidente da ASSBF, Manuel Correia Marques, também lamenta esta decisão, e sustenta que um equipamento destes "é a grande carência da freguesia". Mas, sem apoios públicos, vai ser difícil de concretizar, reconhece o mesmo, adiantado que só falta mesmo o dinheiro, porque o terreno já existe, situado junto ao edifício do centro de dia da associação.

Mesmo assim, trabalho não falta; a creche da instituição acolhe de momento 35 crianças dos 4 meses aos 3 anos, divididos em três salas consoante a idade. "Estamos a funcionar no limite das nossas capacidades", explica Maria Clara Pó, adiantando que não há crianças em lista de espera na freguesia. Quanto ao centro de dia, acolhe de momento 31 utentes e presta apoio domiciliário a mais 35 idosos, muitos deles sem mobilidade para saírem das suas próprias casas, e espalhados por todos os lugares da freguesia, o que inclui Foros de Benfica, Cortiçois e Azeitada. "Como há falta de lares, esta valência tem crescido bastante", nota a directora técnica.

A ASSBF teve também um ATL a funcionar até ao ano lectivo passado, mas que foi desactivado porque as escolas prolongaram o seu horário de funcionamento e deixaram a valência sem crianças. Mas vai ser reutilizado como campo de férias, durante as pausas escolares, informam os responsáveis.

Fundada em 1984, por iniciativa de um grupo de benfiquenses ligados à antiga Casa do Povo, esta instituição é hoje a maior empregadora da freguesia; garante 23 postos de trabalho, com 19 funcionárias no quadro, três em programas ocupacionais do Centro de Emprego e uma estagiária. Tem um veículo comercial e três carrinhas para o apoio domiciliário e transporte de idosos; recentemente, adquiriu uma carrinha adaptada para cadeira de rodas, o que permite melhorar o transporte dos utentes com menor mobilidade.

Benfica do Ribatejo

Uma vila que se quer limpa e asseada



Uma das grandes preocupações da Junta de Freguesia está relacionada com a limpeza e o bom aspecto dos espaços públicos, quer para os residentes em Benfica, quer para quem visita a vila. É neste sentido que o executivo reclama uma maior atenção à empresa que trata da limpeza dos contentores do lixo, contratada pela Câmara de Almeirim. “A empresa coloca lá um papelinho a dizer lavado, mas é mentira; aliás, o papelinho ainda suja mais o contentor porque é mais lixo que fica agarrado a ele”, brinca Amândio Freitas, para quem “é pena que a empresa não seja tão boa a lavar e desinfectar como é a colar papéis”. Para assegurar a manutenção dos jardins espaços públicos, a Junta tem a seu cargo, neste momento, seis trabalhadores, e vai avançar em breve para a aquisição de uma máquina varredoura.

Empreendimento - Empresa local promove projecto

Expansão urbanística serve para fixar os mais jovens


Situada junto ao Pinhal do Bacalhau, a zona que irá acolher o futuro complexo desportivo da vila, o empreendimento urbanístico "Fonte Branca" já começou a ser construído. A urbanização tem 42 lotes destinados a moradias e vivendas de projecto livre, com áreas compreendidas entre os 650 e 1.400 metros quadrados; "as primeiras construções começaram já a surgir, evidenciando o gosto dos proprietários pelo Ribatejo, patente nos projectos de arquitectura escolhidos", explica Helena Malfeito Ferreira. A sócia-gerente da empresa promotora, a "Malfeito Ferreira, Investimentos Imobiliários, Lda.", sublinha também que o empreendimento contempla a construção de seis lotes de apartamentos, "formando um núcleo central com projecto aprovado que traz à memória a traça das casas apalaçadas da região", um factor que dá consistência urbanística a todo o espaço.

O público-alvo vai desde os casais jovens da terra até residentes em zonas urbanas que procuram no campo uma segunda habitação de fim-de-semana.

A urbanização "Fonte Branca" vai incluir um espaço lúdico, integrado numa extensa zona verde já existente e que terá um picadeiro, no qual vão decorrer eventos, alguns ligados à festa brava, e onde serão leccionadas aulas de equitação, sublinha Helena Malfeito Ferreira, acrescentando que esta é mais uma forma de reviver ali as tradições ribatejanas.

O aparecimento de empresários interessados em investir no imobiliário é visto com bons olhos pela Junta de Freguesia local. Além de serem importantes para o desenvolvimento económico da vila, são uma forma de evitar que os mais jovens vão morar para outras paragens, e de atrair novos residentes a Benfica do Ribatejo. Além de destacar a importância da urbanização "Fonte Branca", o presidente Amândio Freitas adianta que há outro promotor já interessado em desenvolver um projecto imobiliário de dimensões consideráveis num terreno próximo deste local.

“É urgente rever o PDM”

Na sua grande maioria e tal como estão, os Planos Directores Municipais (PDM) são “um garrote ao desenvolvimento do país”, declara o presidente da Junta de Benfica do Ribatejo. Amândio Freitas conta que na freguesia há casos “verdadeiramente ridículos”, sobretudo em Foros de Benfica e Cortiçois. “Há um caso de um terreno ladeado por duas casas onde, no meio, não se pode construir porque o PDM diz que aquilo é reserva agrícola”, exemplifica, exigindo que se resolvam “quanto antes estas situações”. O PDM do concelho de Almeirim está em processo de revisão; a freguesia de Benfica do Ribatejo formou uma comissão para receber e analisar localmente as propostas e sugestões, que agora vai transmitir à Câmara Municipal. Uma das propostas apresentadas vai no sentido de reservar uma zona específica destinada à criação de um centro de actividades económicas.

Quando visitar Benfica


As principais efemérides e acontecimentos populares em Benfica do Ribatejo são as comemorações de elevação a vila (que se assinala a 21 de Junho, desde 1995), as tasquinhas típicas, as cerimónias do 25 de Abril e o Carnaval, embora seja frequente as associações e colectividades locais organizarem várias actividades desportivas e culturais ao longo de todo o ano. De todas estas manifestações, destaque para o carnaval, tipicamente português e de fortes tradições na freguesia; todos os anos, consegue juntar muitos dos habitantes num corso colorido ao longo da EN 114.

1.300 utentes sem médico de família

Um médico com urgência


Um dos maiores problemas que a vila enfrenta actualmente tem a ver com o facto da extensão de saúde estar a funcionar há cerca de sete meses com apenas um médico, desde que se reformou uma das profissionais que ali prestava serviço. Esta situação deixa cerca de 1.300 utentes sem médico de família, na sua maioria idosos e sem possibilidades económicas para recorrer à medicina privada. “Não posso aceitar que as pessoas vão para lá às três da manhã para arranjar consulta, que só conseguem às vezes”, afirma Amândio Freitas, que exige a colocação de mais um médico. O presidente da Junta de Freguesia diz saber das dificuldades de atrair pessoal clínico, mas sustenta que a dimensão e a população de Benfica do Ribatejo justifica um esforço por parte das autoridades responsáveis pela saúde no distrito.

Benfica do Ribatejo

Retrato da freguesia


A freguesia de Benfica do Ribatejo pertence ao concelho de Almeirim; actualmente, tem cerca de 3.500 habitantes, espalhados pela sede de freguesia e pelos restantes lugares que a compõem: Foros de Benfica, Cortiçois e Azeitada. A principal actividade é a agricultura, sobretudo a vinha, o milho, o tomate e outras culturas hortícolas típicas da lezíria ribatejana; o pequeno comércio e a restauração são áreas de negócio que também têm alguma expressão na economia local. Em termos eductivos, Benfica do Ribatejo possui dois jardins-de-infância, em Benfica e Foros de Benfica, e três escolas do 1º ciclo, em Benfica, Cortiçois e Foros de Benfica.

Em termos de equipamentos desportivos, tem três ringues polidesportivos e um pavilhão gimnodesportivo novo, inaugurado há cerca de um ano, e que serve sobretudo para as actividades físicas dos alunos das escolas e para as colectividades locais com modalidades desportivas.Texto de:João Nuno Pepino